GENEALOGIA FLUMINENSE

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Família MAGALHÃES

Marco Polo T. Dutra P. Silva

          Baltazar Fernandes Guimarães foi casado com Beatriz da Costa.
          Ele foi tabelião do público, judicial e notas do Rio de Janeiro, provido no cargo a 22 de fevereiro de 1567, no posto vacante por falecimento de Miguel Ferrão. Apresentou para seu fiador a Gomes Eanes.
          Teve uma sesmaria de seiscentas braças em quadra em Macacu, dada por Mem de Sá em setembro de 1567. Baltazar não teria tomado posse das terras de imediato, em função da hostilidade dos tamoios. Documento de 1585 diz que Mem de Sá passou a carta de sesmaria a Baltazar e, um mês depois, outra a Miguel de Moura, que repassou as terras aos jesuítas do Rio de Janeiro. O rei confirmou a sesmaria dos padres da Companhia, que delas tomaram posse em outubro de 1573.
          Os herdeiros de Baltazar entraram de posse na sesmaria, mostrando aos inacianos que sua escritura era mais antiga. O Padre Provincial aconselhou-os a lavrar suas seiscentas braças até que ele escrevesse a seu superior. Atendendo ao conselho, eles lavraram e construíram benfeitorias sem litigar em juízo com os jesuítas. O ouvidor da cidade deu ganho de causa aos herdeiros de Baltazar. E mesmo alguns padres mais antigos tinham escrúpulos em considerar as terras como dos jesuítas. Mas o Superior jesuíta decidiu pela propriedade das terras.
          Segundo Gaspar, filho do casal, Baltazar morreu nas guerras da terra, contra os gentios. Morreu pouco depois de empossado como tabelião, pois no dia 25 de maio de 1568 era substituído no cargo por Manuel Gomes.
          Foram pais de:

1.1 Gaspar de Magalhães, que depondo no processo de beatificação de Anchieta, se disse natural de São Vicente e ter 70 anos em 1620 e 77 anos em 1627.
          Foi morador da cidade do Rio de Janeiro . Obteve do governador Salvador Correia de Sá chãos para casas de 60 braças em quadra, concedidos a 21 de abril de 1594, na Várzea da Olaria, no atual Morro da Conceição. No pedido de tais terras, Gaspar declarou ter sete filhos.
          A 10 de novembro do mesmo ano, o governador passou-lhe sesmaria ao longo do valado de São Bento, entre as terras de Gaspar da Costa (seu irmão?) e Zacarias de Frielas (seu cunhado, casado com sua irmã Margarida da Costa). Neste mesmo documento, faz referência a uma ponte que foi do defunto Domingos da Costa (outro irmão?). Em 1594, Gaspar era morador na Olaria, termo da cidade do Rio de Janeiro.
          Conseguiu também duas sesmarias fora do perímetro urbano: em 4 de dezembro de 1597, junto com Sebastião de Leão, 4.500 braças em quadra do rio de Auguapiaçu e, no dia 9 seguinte, 3.000 braças em Macacu.
          Por ser homem antigo na terra, foi convocado para servir de perito na medição de sesmaria do Mosteiro de São Bento, realizada a 28 de julho de 1611. Nas vésperas da dita medição, testemunhou a favor dos padres para provar que a praiazinha de São Bento (atual Praça Mauá) ficava dentro da sesmaria concedida por Manuel de Brito. Nesta ocasião, declarou ter 50 para 60 anos e estar assistente em Cabo Frio.
          Era lavrador em Macacu no ano de 1620, como contou em depoimento no processo anchietano.
          Em 1624, Gaspar testemunhava a posse das terras do Bacaxá, onde assistia, pelos padres da Companhia de Jesus.
          Pai de:

2.1 Gaspar de Magalhães, o moço, casado com Catarina Rodrigues.
          Ele recebeu sesmaria de sobejos de terras em Macacu a 16 de agosto de 1629. O casal vendeu, no dia 14 de abril de 1651, por 4.500 cruzados, um engenho de açúcar construído em Macacu sob a invocação de N. Sra. do Monte Serrate.
          Catarina foi madrinha em Cassarebu (RJ) em 1657.
          Eles tiveram:

3.1 Maria Cardoso, batizada no Rio de Janeiro (Sé, 2º, fls. 33v) a 1º de abril de 1625.
          Casou-se na mesma igreja (Sé, 1º, fls. 122) a 9 de janeiro de 1639 com o viúvo Francisco Vieira.
          Deles vieram:

4.1 Maria, batizada no Rio de Janeiro (Candelária, 1º, fls. 34) a 31 de dezembro de 1639.

4.2 Inácio, batizado no Rio de Janeiro (Candelária, 1º, fls. 54) a 23 de novembro de 1642.

4.3 Sebastião, batizado no Rio de Janeiro (Candelária, 1º, fls.75v) a 12 de fevereiro de 1646.

4.4 Catarina, batizada no Rio de Janeiro (Candelária, 1º, fls. 84) a 14 de outubro de 1647.

4.5 Ana, batizada no Rio de Janeiro (Candelária, 1º, fls. 96v) a 31 de março de 1651.

4.6 Paulo, batizado no Rio de Janeiro (Candelária, 1º, fls.130) a 9 de julho de 1656.

 

3.2 Alexandre, batizado no Rio de Janeiro (Sé, 2º, fls. 67v) a 25 de maio de 1627.

3.3 Bernardino, batizado no Rio de Janeiro (Sé, 2º, fls.99v) a 27 de maio de 1629.

3.3 Gaspar de Magalhães, batizado no Rio de Janeiro (Sé, 2º, fls. 67v) a 16 de junho de 1631.
          Ele teve a filha natural (ACMRJ, Francisco Brás, 1670):
4.1 Maurícia da Costa, casada com (...).
          Pais de:

5.1 Francisco Brás, habilitado para se casar com sua parenta Cecília de Souza, filha de (...) e Úrsula de Souza.

5.2 José da Costa, habilitado para se casar com sua parenta Maria da Conceição, filha de (...) e Úrsula de Souza.

 

3.3 (bis) Rheingantz acredita ter sido aquele casado com Catarina de Sene.
          Pais de:

4.2 Lourença, nascida no Rio de Janeiro e batizada (Candelária, 2º, fls. 3v) em outubro de 1642.

4.3 Albano de Souza, nascido em Santo Antônio de Casserebu (Santo Antônio de Sá, hoje Itaboraí) e casado na igreja de São José do Rio de Janeiro (Sé, 3º, fls. 8) a 21 de fevereiro de 1692 com Isabel Barbosa, natural de Casserebu, filha de Manuel da Rocha e (...).

4.4 Paulo Rodrigues Cardoso, nascido no Rio de Janeiro e casado na igreja de São José, em sua terra natal, (Sé, 3º, fls. 24) a 23 de maio de 1695 com Maria de Andrade, carioca, filha de Manuel de Andrade e Páscoa Rodrigues.
          Deste casamento vieram:

5.1 Gaspar de Magalhães, nascido em Santo Antônio de Sá e casado no Rio de Janeiro (Candelária 3º, 20) no dia 18 de agosto de 1721 com Francisca dos Santos Rangel, filha de Domingos Dias e Maria Monteiro.
          O casal teve:

6.1 Inácio, batizado no Rio de Janeiro (Sé 7º, 135v) no dia 2 de março de 1728.

 

4.5 Grácia Cardoso, nascida em Casserebu e casada na igreja de São José, no Rio de Janeiro (Sé, 3º, fls. 4) a 3 de fevereiro de 1691 com Antônio de Souza, natural de Santo Antônio de Casserebu, filho de Domingos de Souza e (...)el Vieira.

 

3.4 Luzia.

3.5 Pedro batizado no Rio de Janeiro (Candelária, 1º, fls. 36) a 24 de dezembro de 1641.

3.6 Luzia, também batizada no Rio de Janeiro (Candelária, 1º, fls. 49) a 24 de dezembro de 1641. Seria gêmea de Pedro?

3.7 Bento de Magalhães, primeiro casado com Damiana de Souza.
          Deles procederam:

4.1 Maria, nascida no Rio de Janeiro (Candelária, 1º, fls. 31), onde foi batizada a 29 de novembro de 1638.

4.2 Manuel, batizado no Rio de Janeiro (Candelária, 1º, fls. 40v) a 13 de novembro de 1640.

 

3.7 (bis) Depois, Bento se casou com em 1647 com Beatriz Rodrigues.
          O casal deixou:

4.3 Gaspar Rodrigues de Magalhães, nascido no Rio de Janeiro e batizado (Candelária, 1º, fls. 86) a 28 de abril de 1648.
          Foi casado (ACMRJ, Francisco Casado Tourinho, 1693) com Bárbara Amadora.
          O casal teve:

5.1 Maria de Azevedo, que em 1693 se habilitava para casar com seu parente Francisco Casado Tourinho, filho de Manuel Casado Tourinho e Custódia da Costa Fialho. Com descendência anotada no tit. LOPES DA COSTA.

 

4.4 Vitória, nascida no Rio de Janeiro e batizada (Candelária, 1º, fls. 92v) a 12 de abril de 1650.

4.5 Pedro, nascido em Casserebu (RJ) e batizado a 14 de julho de 1654.

4.6 Alexandre, nascido no Rio de Janeiro e batizado (Sé, 4º, fls. 18) a 1º de março de 1659.

4.7 Úrsula de Souza, casada com (....), já finado em 1670 (ACMRJ, Francisco Brás, 1670).
          Deles vieram:

5.1 Maria da Conceição, que se habilitou para casar com seu parente José da Costa, filho de Maurícia da Costa.

5.2 Cecília de Souza, que se habilitou (ACMRJ, Francisco Brás, 1670) para se casar com seu parente Francisco Brás.

 

2.2 Domingos da Costa, casado com (...).
          Pais de:

3.1 Jerônima da Costa, casada com (...).
          Deles vieram (vide nota 1):

4.1 Bárbara da Costa Fialho, casada com Francisco Lopes, cuja descendência vai registrada no tit. LOPES DA COSTA de A Gente da Capitania da Paraíba do Sul.

 

2.3 (hipótese) Bárbara Fernandes, casada no Rio de Janeiro, antes de 1591, com João Brás, natural da vila do Conde, onde nasceu por volta de 1554, filho de Pedro Brás e Ana Eanes.
          Tal hipótese se baseia no fato de Gaspar de Magalhães, o velho, ter se declarado avô de Francisco Brás Leitão.
          No dia 4 de agosto deste 1591, o padre Fernão Cardim, depondo diante do Santo Ofício, diz que este João Brás, casado no Rio de Janeiro, vira um certo Fernão Cabral reverenciar ídolos indígenas. Três dias depois, o Brás confirmou o fato, declarando-se cristão velho, de 34 anos e morador na Bahia, onde era carpinteiro da ribeira.
          Moravam na barra do rio Jaguaripe em 1591.
          Ainda especulando, talvez tenham sido ancestrais de Joaquim Leitão, pai de Gaspar de Magalhães e, por ele, avô de Manuel (crismado em Casserebus em 1650), de Albano (batismos de Casserebus, fls. 48) e de Engrácia (idem, fls. 54).

 

2.4 (mera hipótese) Maria de Magalhães, irmã de um Gaspar de Magalhães nascido por volta de 1586.
          Foi bisavó de Domingos de Braga, que em 1686 se habilitava para casar-se com Joana Coutinho. Pais de Cecília Leão, casada com o deão de Braga).

 

1.2 Margarida da Costa, que depondo no processo de canonização do padre Anchieta em 1627, disse ser natural de São Vicente e estar com 72 anos de idade.
          Foi casada com Zacarias de Frielas, nascido cerca de 1555.
Margarida nasceu por volta de 1557, segundo declaração de idade no processo em que os beneditinos provaram que a atual Praça Mauá estava na sesmaria a eles concedida.
          Em 1583 o gentio bravio desceu, conforme testemunha o padre Simão de Vasconcelos, a uma paragem chamada Macacu, onde de assalto levou Margarida da Costa. Gaspar, irmão dela, lastimou-se ao padre Anchieta do triste insucesso. O santo disse para que fosse ter pacificamente com os índios, que na volta acharia a mana em casa, sã e salva. De fato, foi o que se deu.
          Temerosos, retornaram ao Rio de Janeiro, onde receberam uma sesmaria de terras a 9 de agosto de 1594, que ia das cabeceiras de Pedro Gomes até o mar, ao longo do valado dos padres de São Bento. Eram também proprietários, desde 16 de janeiro de 1595, de chãos para casa nas cabeceiras de Francisco Rodrigues, entre João Conde, Jaques Motete e Francisco Álvares. No pedido desta sesmaria, feito no mesmo 1595, Zacarias declara estar há 13 anos nesta cidade e que nela é casado.
          Foi também testemunha dos beneditinos no processo para se lhes reconhecer a propriedade do local onde está hoje a Praça Mauá. Quatro meses depois, serviu de perito na demarcação desta sesmaria, a 28 de junho de 1611.

 

1.3 (fulanos).
          Pais de:

2.1 Sinfrônia da Costa, casada em 1613 com Francisco da Vide.

 

Nota 1:

          Em RHEINGANTZ, op. cit., verbete Aveiro (vol. I, pág. 138) lemos que um Damião de Aveiro, morador no Rio de Janeiro, casou-se por volta de 1604 com Jerônima da Costa (a nossa biografada?). Dela teve:

1.1 Inês de Frielas, casada no Rio de Janeiro (Sé, 1º, fls. 19v) a 6 de junho de 1619 com Fernão Leão, filho de Antônio Leão e Maria de Cândia.
          Pais de:

2.1 Simão, batizado na Sé do Rio de Janeiro (1º, pág. 27) a 18 de setembro de 1619.

1.2 Maria Martins, casada no Rio de Janeiro (Sé, 1º, fls. 37v) a 14 de setembro de 1621 com Domingos de Frias, viúvo, filho de Bento de Frias e Leonor Bezerra.
          Pais de:

2.1 Isidro, batizado na Sé do Rio de Janeiro (1º, pág. 59) a 9 de novembro de 1622.

1.3 Rodrigo, batizado na Sé do Rio de Janeiro (1º, pag. 35) a 10 de novembro de 1620.

 

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