GENEALOGIA FLUMINENSE

Região Serrana Central - Genealogias

CRELIER (I)

Henrique José da Silva Bon

 

A familia Crelier é natural de Bure, vila situada próximo à fronteira da França, no Jura. Em 1819, quatro de seus integrantes tomariam o rumo do Brasil, para se estabelecer em Nova Friburgo, sendo eles o cultivador Henri-Joseph Crelier, sua esposa Gertrudes Royer e duas filhas; Marie e Marianne, além de uma cunhada, Anne-Marie Royer, que viajaria com o grupo.

Todo o contingente, a bordo do Camillus, alcança o destino, ocupando na colônia a casa 57 e o lote 36. Henri-Joseph Crelier, no entanto, insatisfeito com as condições de sua gleba, bem cedo decide por terras mais propícias ao café, em Cantagalo. De fato, ele mesmo em carta de 16 de dezembro de 1821, dirigida aos parentes na Suíça e publicada por Martin Nicoulin, declara haver deixado há oito meses as terras “concedidas pelo rei” para se estabelecer a 10 léguas de Nova Friburgo em região própria para o cultivo da rubiácea. No texto, assinala ainda o imigrante, que a maior parte dos colonos abandonara as terras recebidas, ou por outras melhores, ou para se ocupar no Rio de Janeiro. Não obstante, mesmo assim, alguns suíços como o seu cunhado Lachat, do Jura, faziam planos de emigrar para o Brasil.

Pouco se conhece dos anos imediatamente subseqüentes desta família. Às duas filhas, oriundas da Suíça juntar-se-iam mais pelo menos quatro, nascidos provavelmente em Cantagalo; Angelo Maria, Alexandre Maria, Francisco José e Felicidade Maria.

Mais alguns anos se passam e nova migração interna vem a ocorrer, deslocando-se a família, provavelmente na quarta década do século XIX, para a vasta região campista de São Fidélis, estabelecendo-se alguns em Pureza. Henri-Joseph Crelier viria a falecer em data incerta, de qualquer modo, antes de 1859, desaparecendo a esposa em torno de 1877, ano de seu testamento.

Os descendentes do casal pioneiro, em grande parte, permaneceriam em São Fidélis até inicio do presente século, alguns dedicados à comercialização de café. Uma grave crise no setor, porém, levaria vários destes empresários à ruína. A fazenda Retiro Saudoso, em Pureza, seria vendida, deslocando-se uma vez mais os Crelier, desta feita, em sua maioria para os grandes centros, onde exercem muitos deles, profissões liberais.

 

Genealogia

Pacifique Crelier foi casado com Marie-Anne Crelier.

Tiveram ao menos:

1.1 Jean-Pierre Crelier, nascido a 13 de fevereiro de 1760 e casado em 5 de fevereiro de 1793 com Marie-Anne Vauclair, que nasceu em 11 de março de 1769.

Ela faleceu em 22 de abril de 1827. Ele morreu em 5 de maio de 1849.

Deste casal proceederam:

2.2 Henri-Joseph Crelier, nascido em 17 de fevereiro de 1797 (segundo os Arquivos Cantonais do Jura) e casado em Fahy aos 22 de abril de 1816 com Gertrudes Royer, nascida a 15 de outubro de 1795, filha de Jean Royer e Marie Therèse Jacot, de Blamont e moradores em Glay. O casal migra para o Brasil com duas filhas, nascendo pelo menos mais quatro no Novo Mundo:

3.1 Marie-Madeleine Crelier, casada com Louis Samuel Jacob Friaux, filho de Isaac Auguste Friaux e Eléonore Bertin. Deixaram ao menos doze filhos listados no tit. FRIAUX.

3.2 Marianne Crelier, nascida a 24 de março de 1819 e casada em Cantagalo, no mês de maio de 1836, com Joseph Meunier, filho de Germain Meunier. Há referência posterior a um casamento com François Friaux, filho de Auguste Friaux e Eléonore Bertin, resultando em pelo menos uma filha (vide tit. FRIAUX)

3.3 Rosa Crelier, falecida a 15 de fevereiro de 1824, com 2 anos de idade, e sepultada no cemitério da fazenda de Antônio José Rabelo (RJ03.C1).

3.4 Ângelo Maria Crelier, nascido provavelmente em Cantagalo e casado nesta cidade, aos 10 de fevereiro de 1848 com Maria Francisca Elisa Mettraux, filha de Simon-Antoine Mettraux, de Neyrus e Marie Françoise Vuichard, de Semsales.

Tiveram:

4.1 Maria Crelier, nascida a em São Fidélis, aos 11 de maio de 1849.

4.2 Antônio Crelier, nascido a 11 de junho de 1852. Um Antônio José Crelier, certamente este, faleceria em São Fidélis, aos 5 de fevereiro de 1900, vítima de tuberculose. Era casado desde 22 de julho de 1882 (Igreja de São Fidélis), com sua prima Maria Luísa Fiaux, filha de Louis Friaux e Marie Magdeleine Crelier.

4.3 Agostinho Crelier, nascido a em São Fidélis aos 20 de outubro de 1854 e casado com Corina Ferreira e Silva.

Eles deixaram:

5.1 Colbert Crelier.

5.2 Othon Crelier c. c. Silvia Bon Vollú (Volluz).

5.3 (...).

 

4.4 Gertrudes Crelier, nascida a 9 de setembro de 1856 e casada em São Fidélis aos 9 de setembro de 1856 com Henrique Bon, viúvo de Amélia Exner, filho de Henri Bon e Marie Bussinger. Com descendentes assinalados no tit. BON.

4.5 Adelaide Crelier, nascida a em São Fidélis aos 22 de abril de 1858.

4.6 Isabel Crelier, nascida a 15 de setembro de 1862 batizada em S. Fidélis aos 10 de janeiro de 1863.

4.7 Ângelo Crelier, nascido a 27 de dezembro de 1864. Falecido solteiro.

4.8 João Crelier, batizado em São Fidélis em 1º de julho de 1867 e casado com Amélia Perissé filha do francês Eloi Perissé e Maria Amélia Bon.

4.9 Jerônimo Crelier, batizado em S. Fidélis em 15 de outubro de 1869. Falecido na mesma cidade, aos 11 de outubro de 1899, na condição de casado, vítima de tuberculose.

4.10 Luís Augusto Crelier, falecido com 18 anos, aos 19 de março de 1890, em São Fidélis.

 

 

3.5 Alexandre Maria Crelier em Cantagalo. Casado em Cantagalo em 14 de agosto de 1861 com Maria Luísa Mettraux, irmã de Maria Francisca Elisa Mettraux. O casal residia em São Fidélis, cidade na qual nasceriam os três filhos:

4.1 Laura Crelier, casada com seu primo-irmão Jerônimo Crelier.

4.2 Alexandrino Crelier, nascido a 16 de julho de 1864. Falecido solteiro.

4.3 Luís Crelier, nascido a 29 de maio de 1867. Casou-se com sua prima-irmã Isabel Crelier.

 

 

3.6 Francisco José Crelier, batizado a 13 de abril de 1825 em Cantagalo e casado com Francisca Angélica Willeman (provavelmente Willimann), nascida em Valença, filha de José Willeman e Maria Raimunda de Jesus.

Ele morreu em São Fidélis antes de 1874.

Deixaram ao menos seis filhos:

4.1 Maria José Crelier, nascida a 20 de setembro de 1854 em São Fidélis e alí casado em 20 de setembro de 1854 com João Pereira de Souza, filho de um homônimo e de Ana Francisca das Dores.

4.2 Antônio Crelier, nascido em 19 de julho de 1857.

4.3 Rosalina Crelier, nascida a 24 de outubro de 1858 em São Fidélis e ali casada às 2 horas da tarde de 9 de junho de 1872 com Joaquim Alves da Silva, nascido em Rio Bonito (RJ), filho de Manuel Alves da Silva e Francisca Rosa da Conceição.

4.4 Sofia, nascida a em São Fidélis a 10 de julho de 1862.

4.5 Francisco Crelier, batizado em São Fidélis em 12 de novembro de 1864.

4.6 Ana Crelier, nascida a em São Fidélis em 11 de abril de 1866.

4.7 José Antônio Crelier, casado em São Fidélis à uma hora da tarde de 7 de outubro de 1893 com Marcelina Luísa Claudina, filha natural de Úrsula Luísa Claudina.

Pais de:

5.1 Zacarias, nascido em São Fidélis em 5 de novembro de 1894.

 

 

3.7 Felicidade Maria da Conceição Crelier, nascida em Cantagalo e casada com José Vieira Borges, nascido em Portugal, filho de José Vieira Borges e Maria da Esperança.

Houveram ao menos cinco filhos, todos nascidos em Cantagalo:

4.1 Maria Borges, batizado em 30 de março de 1850 com 3 meses de idade.

4.2 José Borges, nascido a 20 de outubro de 1851.

4.3 Alexandre Borges, nascido em 25 de maio de 1855.

4.4 Ana Borges, nascida em 13 de outubro de 1858.

4.5 (...), , nascido a 3 de maio de 1863.

 

 

Dados Complementares:

Em 29 de outubro de 1885, Maria Amélia Crelier, então casada com Porfírio Fernandes Maia, morreria em função de ‘febres’, aos 20 anos de idade, na cidade de São Fidélis. Em 5 de janeiro de 1902 seria a vez de Maria Luísa Fiaux Crelier, ainda não devidamente identificada, morrer vitimada por tuberculose. Todos os dados referentes a São Fidélis-RJ, assim como os relacionados a Rosa Crelier, nos foram gentilmente cedidos pelo genealogista Marco Polo Teixeira Dutra Phenee Silva.

Este texto é uma versão revista e ampliada do tópico sobre a familia Crelier, publicado inicialmente no livro "Imigrantes", Henrique Bon, Ed. Imagem Virtual, 2004. O livro pode ser adquirido diretamente do autor, através do contato acima.

 

 

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