Crônica das Origens da Família

Biografias


5724. Salvador de Sá

A certidão de casamento de seu filho Agostinho informa que eles viviam no Espírito Santo em 1688. Todavia, a 22 de março de 1662 Salvador assinou em Campos conhecimento de dívida a seu compadre, o cap. Bento de Almeida, de 25 arrobas de açúcar branco, comprado ao capitão. O credor, adiante, declarou deixar a dívida como dote de casamento à sua afilhada, filha do Sá (no dia 20 de agosto de 1664). E em 1682 o casal testemunhou em São Salvador a favor do vigário Gomes Sardinha, contra os jesuítas.

Uma demanda judicial que se deu na povoação de São Salvador dos Campos dos Goitacazes em 1692 também mostra um Salvador de Sá ali vivente. Nesse documento, Salvador diz que entregou ao cap. Bouças, quando o capitão se casou com a filha dele, um escravo de nome Miguel. O genro vendeu esse escravo por 55 mil réis ao cap. Antônio da Ceia, morador em Cabo Frio. Salvador exigiu indenização pela peça a Pedro Dias, sucessor do cap. Bouças no casal.

No dia 2 de junho de 1692 Salvador chamou o tabelião a sua casa, na vila de São Salvador, e lá fez escritura de composição amigável com sua filha e seu genro.

Não há dúvida ser o mesmo casal. Além disso, em agosto do mesmo 1692 Salvador talvez já fosse finado, quando Leonor Mendes da Costa pediu ao tabelião da vila que lançasse em seu livro de notas o aludido conhecimento de dívida para com o cap. Bento de Almeida.


5744. Jerônimo da Silva Vieira

Jerônimo e Marcela moravam na vila de São Salvador no ano de 1682, quando ele era escrivão e testemunhou a favor do vigário Sardinha, e em 1696, quando ele foi juiz ordinário.


5750. Antônio de Benevides

Em 1676 habilitou-se canonicamente para se casar com Antônio de Benevides (cujo nome e de seus descendentes é frequentemente grafado BONAVIDES), natural da freguesia de Santo Antônio, ilha de São Miguel dos Açores, filho de Antônio Rodrigues de Souza e Maria de Benevides.

Antônio foi antes casado em sua terra. No processo eclesiástico há declaração de Pascoal Pereira Campelo (sogro? de Domingos Rodrigues Chaves) de que o Benevides lhe contou que tinha, em sua vila, um caso com a mulher de Antônio Álvares (o mesmo que nesse 1676 viera a Campos à procura do cunhado Benevides e que era feitor dos beneditinos em Campos).

Certa feita, o marido o flagrou em casa. Para encobrir sua situação, o Benevides disse estar vivendo com a irmã da amásia, moça solteira. Por isso, fizeram-no se casar à força com essa moça.

Antônio Benevides fugiu para Campos. Foi quando o cunhado Antônio Álvares veio à sua procura. Entretanto sua esposa (do Benevides) morreu em um hospital nos Açores e ele se habilitou para o casamento com Úrsula.

Ele testemunhou em 1679 no processo pelo homicídio do marítimo Manuel de Souza no rio Paraíba. Antônio Benevides estava vereador em São Salvador nos anos 1690 e 1694.


5850. Capitão Miguel Vaz Riscado

Miguel Vaz Riscado talvez tenha sido natural da capitania de São Vicente, onde morou. Nessa capitania vivia em 1560 um Rui Vaz Riscado, que pelo nome foi parente chegado (talvez pai) do titular.

Miguel se casou com Estácia Requeixo. Pelos nomes dos filhos de Miguel e Estácia, esta foi parenta muito próxima de Ângela da Mota, moradora no Rio de Janeiro.

Informava-se que em 1620 eles residiam no bairro Parati, termo de Cabo Frio, onde tinham engenho de açúcar. Essas terras que iam do Abaessembaba ao Ipitanga. Contudo, é praticamente certo que tinham as terras, mas moravam no Rio de Janeiro, em cuja Sé batizaram seus filhos e é pouco provável que se deslocassem de Cabo Frio apenas para esse ato religioso.

Em 1627 ele e seis outros moradores do Rio de Janeiro, todos homens influentes, a maioria dos quais parente do governador do Rio de Janeiro, obtiveram carta de sesmaria de terras entre os rios de Macaé e Iguaçu (em realidade um sangradouro da Lagoa Feia que deságua ao norte do cabo de São Tomé).

Segundo uma epopéia apócrifa denominada "Roteiro dos Sete Capitães", os sete sesmeiros partiram de Cabo Frio para explorar a sesmaria conseguida. Nesse documento vão anotados com detalhes o trajeto e os acontecimentos que ocorreram durante essa jornada. Miguel Vaz era um desses Sete Capitães.

Ele morreu em 1648, pois a 17 de janeiro dita seu testamento, que foi aberto a 12 de fevereiro seguinte.

A 31 de agosto de 1651, ela, viúva e moradora no Rio de Janeiro, vendeu a André Tavares dois sítios em Campos, na beira-rio. Num deles vivia Manuel Ribeiro Caldeira e no outro Sebastião da Costa. Por ser analfabeta, por ela assinou o filho André Requeixo.

Miguel Vaz Riscado e Estácia Requeixo deixaram 10 filhos, a saber (um dos quais foi batizado na Sé do Rio de Janeiro a 2 de janeiro de 1623):

A 8 de abril de 1653 Estácia vendia sua meação em terras em Jagoroaba, na banda de além do rio Macaé, com curral de gado, aos jesuítas. Nessa escritura, Estácia foi dita residente no Rio de Janeiro. A rogo da viúva, assinou a escritura o cap. Pascoal Sardinha e dela foram testemunhas Antônio da Mota, Francisco Gomes Guedes e Pedro Francisco.

A aludida escritura mostra de onde os jesuítas conseguiram suas terras na Paraíba do Sul, às quais agregam-se aquelas recebidas em sesmaria que adiante relatamos.


5916. capitão Antônio Maciel Tourinho

Ele nasceu em Viana (Portugal) e estava com 61 anos de idade em 1687, quando depôs na habilitação de Francisco da Silva ao sacerdócio (ACMRJ, GM). Por ocasião deste depoimento, ele estava preso na cadeia do Rio de Janeiro.

Joana faleceu no dia 17 de março de 1678 em Rio de Janeiro (RJ).


5918. Manuel Correia Vasques Eanes

O capitão Manuel Correia Vasqueanes, nascido por volta de 1621 e casado por volta de 1656 com Maria dos Prazeres, nascida por volta de 1624, em Luanda (Angola), filha de Feliciano Coelho e Felipa Gonçalves (segundo notas de Gilson Nazareth). Ela foi sobrinha materna de Antônio Bravo.

Ele estava Presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, por ocasião da "bernarda" de 1660.

O capitão Manuel deixou filhos naturais com duas mulheres, uma delas de nome Maria Pinto.

Ele faleceu por volta de 1669 em Luanda. Nesse ano, ela era moradora ou assistente em casa de seu cunhado Martim Correia Vasqueanes (antigo DHD, Livro de Registros de Escrituras, copiado por Gilson Nazareth).

Ela foi, então, casada com Francisco Coimbra e, depois, com Maria Barbosa de Lima (Gilson Nazareth).

Maria morreu no Rio de Janeiro no dia 15 de abril de 1717, deixando testamento assinado no Irajá.


6178. Paulo de Proença Varela

Paulo foi filho de Paulo de Proença e Isabel de Cubas.

Inocência, natural de Santos (SP), foi filha de Domingos Rodrigues Marinho e Maria Dória de Ravasco.

Residiam em São Sebastião (SP).


6184. Pedro Taques

Pedro nasceu em Setúbal (Portugal), filho de Francisco Taques Pompeu e Inês Rodrigues.

Veio para o Brasil em 1591 como secretário do governador D. Francisco de Souza (1591-1602), aportando na Bahia.

Com o governador veio a São Paulo inspecionar as minas de ouro e ferro de Biraçoiaba, descoberta por Afonso Sardinha, seu filho homônimo e Clemente Álvares.

Em 1602 deixou o cargo de secretário do governador e fixou residência em São Paulo, onde se casou com Ana, filha de Antonio de Proença e Maria Castanho.

Em São Paulo, Pedro Taques ocupou diversos cargos de governo, inclusive o de juiz de órfãos, para o qual foi nomeado vitaliciamente a 06 de junho de 1609 pelo governador da capitania.

Pedro Taques fez testamento a 26 de outubro de 1644.


6192. Clemente Álvares

Clemente nasceu na vila de São Paulo numa quinta-feira de Endoenças, de de abril de (c. 1569) e foi batizado pelo padre Anchieta, que lhe pôs o nome por ser a quinta-feira de Endoenças o dia da clemência. Foi filho de Álvaro Rodrigues e Catarina Gonçalves. Em abril de 1622 dizia ter 53 anos de idade (VIOTTI, 1995?, págs. 23 e 32).

Mineiro prático, ferreiro e sertanista desde 1588, quando explorava as cercanias da vila de Piratininga. Até 1606 já havia registrado na Câmara paulistana cerca de quatorze locais onde descobrira ouro no Jaraguá, Parnaíba, São Roque e no caminho geral do sertão antigo "onde, dizem, teve Braz Cubas umas cruzes de pedra que até hoje estão e por riba delas passa uma bêta de metal preto", como dizia o descobridor.

No ano de 1606 Clemente declarava que há quatorze anos descobria minas, o que fixa os primeiros achados no ano de 1592, ano em que assinou a ata na Câmara de 20 de setembro, opondo-se à entrega da posse dos indígenas aos jesuítas.

Em várias minas teve como companheiros Afonso Sardinha, o moço, e Sebastião Marinho.

Foi almotacel em São Paulo em 1596 e 1600. Nesse último, ganhou sesmaria junto ao Araçoiaba. Em 1609 recebeu outra no porto de Pirapitingui (no rio Anhembi ou Tietê). Em 1619 conseguiu uma no sertão de Ibituruna, às margens do rio Jataí.

Com o sogro, Clemente erigiu em Santo Amaro (1606) um engenho sob invocação a Nossa Senhora de Agosto.

Em 1610, junto a Custódio de Aguiar Lobo, Brás Gonçalves (o velho) e outros organizou bandeira que partiu do porto de Pirapitingui para prear carijós.

No ano de 1622 ele foi testemunha no processo de beatificação do padre Anchieta, onde declarou idade e filiação. Disse que o padre previra o incêndio de sua casa.

Em 1634 Clemente ainda procurava ouro, e o descobriu no Serol.

Ele foi a primeira vez casado com Maria Gonçalves, filha de Baltazar Gonçalves e Maria Álvares (trocar Alves para Álvares no tit. BALTAZAR GONÇALVES).

Eram moradores no Ibirapuera pelos anos 1590.

Maria Gonçalves morreu em 1599 (testamento de 15 de julho, já aberto a 12 de outubro), deixando seu pai por testamenteiro, o que indica que o marido andava ausente, quiçá bandeirando pelos sertões (DAESP, Col. Inventários e Testamentos, vol. I, pág. 185).

Viúvo, Clemente se casou com Maria Tenório, filha de Martim Tenório de Aguilar e Suzana Rodrigues.

Pela terceira vez, Clemente foi casado com Ana de Freitas. Dela não deixou filhos.

Foi juiz ordinário em 1639 e morreu com mais de 82 anos de idade no ano de 1641, deixando fazenda de trigo e feijão, gado bovino e suino (DAESP, Col. Inventários e Testamentos, vol. XIV, pág. 93).


6200. Pedro Domingues

Clara foi filha de Brás Mendes e Catarina Ribeiro (acho que há erro, Estes tiveram Catarina Ribeiro, casada com Amaro Domingues).

Ela foi depois casada em 1581 com Antonio Gonçalves, o moço, filho de outro desse nome.

Pedro já era finado em 1602.