Crônica das Origens da Família

Biografias


232. Antônio de Morais Navarro

Antonio nasceu em Araçariguama por volta de 1757, filho de Manuel de Moraes Brito e Isabel Moreira.

Albina Francisca, também de Araçariguama, nasceu no dia 16 de março de 1758, como consta do inventário de seu pai, e foi filha de Luís Pedroso de Barros e Escolástica de Almeida Bueno.

Casaram-se em Araçariguama a 2 de agosto de 1781.

Antonio foi soldado auxiliar de 1781 a 1786. Tinha também sítio, onde plantava algodão, milho e feijão para autoconsumo e cana-de-açúcar para seu engenho de açúcar, cuja produção exportava para o Reino.

Entre 1786 e 1790 ele não foi encontrado pelo recenseador em Araçariguama. Cremos que estivesse viajando nos seus afazeres de comerciante, eis que levava suas mercadorias para Santos na companhia de seus escravos. Para este transporte, contava em 1806 com dezesseis animais.

Junto com a filha Antonia, batizou a 6 de abril de 1800 a neta Albina, filha de Ângelo da Silveira Leite. Sua mulher batizou os netos Joaquim (28 de setembro de 1803), Maria (a 27 de março de 1802, junto com o marido) e Manuel (4 de setembro de 1812), todos filhos de Ângelo da Silveira Leite.

Antonio faleceu em sua terra natal a 8 de setembro de 1810, sendo sepultado na Matriz da vila (ACMSP, Livro nð 6.2.14, Óbitos Araçariguama, fls. 46). Albina Francisca morreu aos 86 anos de idade, de hidropisia, no dia 22 de setembro de 1842, na casa em que vivia com o filho retardado, sendo levada à sepultura na Matriz de Parnaíba (ACMSP, Livro nð 10.1.49, Óbitos Araçariguama, fls. 64v. Ver também ACMJ, Livro nð 30, Óbitos de Parnaíba, fls. 7v).


234. Inácio da Silveira Leite

Inácio foi filho de Antonio da Silveira Vilalobos e Isabel Vieira Pedroso. Nasceu em São Roque e lá foi batizado:

"Aos vinte diasdomes de Maio de mil sette centos, eoitenta, e dois annos nesta Igreja Matriz da Freguezia de Sam Roque baptizei, epus os santos oleos aoinocente Ignacio, filho de Antonio da Silveira Villalobos, e de sua mulher Izabel Vieira moradores desta Freguesia: foram Padrinhos Bento Leme de Oliveira, e sua mulher Maria Francisca Leite moradores da Freguezia de Araçariguama, deque para constar fis este termo no mesmo dia, mes e era ut supra.

O Vigr° Paschoal Correia Leite"

Escolástica foi batizada em Araçariguama no dia 6 de novembro de 1791 e foi filha de Antônio de Moraes Navarro e Albina Francisca de Almeida.

Em 1802 Inácio inicia sua "vida militar" como soldado.

Habilitaram-se para receber matrimônio (ACMSP, Hab. Matr., proc. ____, fls. 30 a 34) em 1805. Casaram-se em Araçariguama no dia 8 de julho de 1805 (ACMSP, Livro nð 10.1.52, Casam. Araçariguama, fls. 74v), ali passando a residirem.

Com dois escravos, a família plantava milho, algodão, feijão e arroz para o gasto.

Em 1820, ele ocupava o posto de sargento de infantaria, aparecendo como furriel dois anos depois.

Criador de gado, desde 1820 mantinha tropa no caminho de Santos.

Comerciava com o Rio de Janeiro, onde estava no dia 27 de de setembro de 1830 quando o oficial de justiça procurou-o para notificar de uma petição judicial do cap. Messias José da Rosa. Dizia o documento:

"Dis o Capm Messia Jose da Roza deste termo que elle he senhor e possuidor de uma sorte de terras lavradias q de hum lado partem com terras pertencentes aos herdeiros do falescido Antonio da Slvra Gularte; e procedendo o Suppe a poucos dias a huma medição amigável se conheceo q o herdeiro Ignco da Silvra Leite fes huma rossa fora das divisas das terras na parte do Suppe; e em terras a este pertencente; e pr que o Suppe quer impedir todo acto processorio q' o Suppdo possa fazer em prejuizo do Suppe; e visto que a perigo na demora pr que pode ir por diante com a queimada e plantação, pr tam (...) Requer a Vm seja servido mandar q' jurando o Suppe se passe mandado de Embargo intimando-o aqui (...) pa mais não proceder a acto algum e protesta o Suppe justificar a razão do seu embargo, no termo da mesma.

Como Requer em termoz

Parna, 16 de 7bro de 1830"

Nesses autos há certidão em que Inácio e irmãos aceitam a medição (de onde o suplicante diz que fazia medição amigável) porque a fazenda do finado pai não tinha os limites bem conhecidos. Nesse tempo, Inácio estava de partida para o Rio e não iria assistir à medição (marcada para o dia 25 de agosto de 1830).

No dia 8 de novembro de 1830 ele já estava de regresso, quando pediu vistas dos autos.

Segundo um outro processo de medição, de 1831, essas terras ficavam às margens do córrego da Paciência, em Araçariguama.

Segundo a lista de eleitores de Tietê, Inácio faleceu em 1856.


240. Antônio Teixeira Coelho

Antonio nasceu no Concelho de Lanhoso, freguesia de São Bartolomeu da Esperança, termo de Guimarães, Arcebispado de Braga, por volta de 1708. Foi filho de Frutuoso Dias Machado e Josefa Teixeira.

Teresa, nascida na freguesia de Nossa Senhora da Ajuda, foi filha de José de Oliveira Neves e Inês de Góis, como se vê na certidão seguinte:

"Aos nove dias do mes de Settembro de mil Sette Centos e vinte e trez annos (batizou) e pos os Santos Oleos, com minha Licença, o (...) Machado a Tereza filha de Jozé de Olivra Neves e de Sua mer Ignes de Goes, foram padrinhos Manoel (...) Cardoso, e Sua mer Izabel de Almda de que fis (este assen)to em que me assigney.

Bento Carvalho Maciel"

Antonio veio de Lisboa com 12 para 13 anos de idade, desembarcando no Rio de Janeiro, de onde em 1722 rumou para Santos.

Residiam ambos na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Guarulhos, bairro do Tremembé, quando a 14 de setembro de 1745 correu o processo para que fossem declarados livres para o casamento.

Diversas vezes Antonio se viu envolvido com a justiça, geralmente como réu. A 10 de novembro de 1746 foi citado por Manuel de Faria Couto por ser devedor de 74 mil réis, que pagou a 5 de dezembro. A 20 de junho de 1752 foi denunciado como devedor de 31$270 por Manuel Rodrigues Ferreira, e novamente condenado.

Em 1775 Antonio já era morto.


242. José Barreto de Morais

José Barreto foi filho de Gaspar João Barreto e Francisca de Moraes e nasceu por volta de 1706.

Rita nasceu de José de Souza e Ana Maciel da Gama, no ano de 1726.

Casaram-se em Atibaia em 1746:

"Aos Catorze de Fevereyro demilSete centos, equarenta, eSeis demanha nesta Igreja de São João de Atybaya feitas as denunciaçoins niceSsarias naforma doSagrado Concilio Tridentino eConstituiçoins do Bispado SeReceberão in facie Ecclesie por palavras deprezente perante mi Seo Parocho, eas testemunhas abaixo aSsignadas Joze Barreto de Moraez filho de Gaspar Barreto ja defunto ede Sua mulher Francisca de Moraez, Com Rita de Souza filha de Joze de Souza ja defunto ede Sua mulher Anna Maciel todos naturaez emoradores nesta freguezia: tomarão as bençãos Sendo prezentes por testemunhas Vicente da Rocha Pimentel e Manoel Pereyra de Andrade tambem moradores nesta freguezia deque fiz este aSsento dia, mez, eera ut Supra.

O Vigrð Salvador Cardozo de Oliva."

Em 1767 estavam residindo, como lavradores, no bairro do Canivete em Bragança. Em 1770 mudaram-se para essa vila, de onde voltaram ao campo. Em 1775 residiam no bairro de Boa Vista e em 1785/86 em Itajoapira.

Em 1790 havia Rita da Silva, 50 anos, viúva, mãe de Antonio (21 anos), Francisco (16 anos, mudo), João (15 anos), Ana (27 anos) e Gertrudes (19 anos).


244. Joaquim da Silva Guimarães

Joaquim nasceu em Itu, cerca de 1760, filho de José da Silva Guimarães e Maria Dias de Jesus.

Leonor é de Tietê, então pertencente a Araraitaguaba, onde nasceu por volta de 1765, filha de Manuel Portes Machado e Domingas Cardoso. Em seu inventário é chamada de Leonor Cardoso de Oliveira.

Joaquim e Leonor se casaram em Araraitaguaba por volta de 1780, passando a residir em Tietê (então Pirapora do Curuçá), no bairro que às vezes era chamado de Praia Grande.

Em 1798 montou engenho nas terras que já cultivava para subsistência no Buyû (sic !). Neste engenho produzia açúcar que vendia em Porto Feliz.

A partir do ano de 1801 era encontrado pelo recenseador no posto de alferes-mestre da 1a. Cia. de Milícias de Sorocaba, com nombramento de 9 de janeiro do dito ano.

Poucos anos depois, em 1810, Joaquim morre, aos 49 anos de idade. O inventário de seus bens inicia-se em Porto Feliz no dia 13 de outubro de 1810. Nele se vê o testamento feito a 7 de setembro de 1810 pelo alferes. Deixou casa (de pau-a-pique) na vila de Araraitaguaba e sítio com fábrica de açúcar, 5 vacas, 5 novilhas, 3 bestas de trabalho, 4 cavalos e 4 carneiros. Tinha 19 escravos.

Sua mulher se muda para o bairro de Itaqui, em Parnaíba, onde vive entre 1813 e 1815 com o genro Jesuino. Em 1815 passa para o bairro de Caraguatatuba, no mesmo município, onde planta feijão, milho e arroz e cria três bezerros. No ano seguinte falece Leonor, a 10 de abril de 1816 no mesmo Itaqui.


246. José Martins Ferraz

José nasceu a 18 de julho de 1752 em Parnaíba, como se vê abaixo, filho de Antonio Ferraz de Barros e Teresa Leme de Brito.

"Aos dezoito de Julho de mil, Sette centos, esincoenta, edouz nasceu o innocente Joze filho de Antonio Ferraz e de sua molher Thereza Leme, eaos vinte, e quatro do dito mez, da mesma era nesta matriz, foy bautizado por mim Seu Parocho, elhe puz os Santos oleos: Padrinhos Antonio Pedrozo Leme Solteyro, e sua may Anna Leme de Britto, cazada, freguezes desta freguesia.

Pe. Marcð de Alma. Ramos"

Francisca nasceu em Araçariguama, pertinente a Parnaíba, filha de Antonio de Oliveira Bernardes e Ana Peres Moreira. Em alguns documentos era chamada de Francisca de Paula. Sua certidão de batismo reza:

"Aos vinte etres de Março de mil Sete centos e Secenta e Sete annos nesta Igreja Matris de Arassariguama baptizey ainnocente Francisca filha de Antonio de Oliveira Bernardes, ede sua mulher Anna Peres Morera, elhe pus os Santos oleos; forão padrinhos Antonio Correa Ordonho fregues davilla de Ytu e Maria Franca da Cunha fregueza de Parnahiba, ambos cazados; todos os mais desta Freguezia; de que fis este assento que asigney.

O Vigrð Manoel de Barros"

Em 1769 José já era soldado da 3a. Cia. de Ordenanças de Araçariguama, onde conheceu Francisca.

Quando Antonio de Oliveira Bernardes foi para Lages, Santa Catarina, José os seguiu. Assim, em 1777 já era encontrado naquela vila. E nela se casam José e Francisca, no dia 31 de outubro de 1781.

Em Lages, José foi negociante de molhados (vinhos, azeite, aguardente, vinagre, etc.) que vinham pela marinha de Laguna e da ilha de Santa Catarina (hoje Florianópolis), e que lhes rendia cerca de oitenta mil réis anuais. Plantava, com dois escravos, milho, feijão e trigo em sítio que tinha nas proximidades da vila.

Mas em 1800 o casal se mudou para a 2a. Cia. de Ordenanças de Sorocaba. Na nova terra também viveu do plantio de feijão, milho, arroz e algodão. Além do que, criava gado e éguas.


253. Ana Vicência

Apenas apuramos que em 1836 vivia em Itu uma Ana Vicência nascida em Porto Feliz cerca de 1806, solteira e costureira. Em 1830 era recenseada u'a mulata desse nome, mas cujo filho Antônio nascera em 1828.

Da certidão de casamento do filho Antonio, vê-se que Ana Vicência foi filha de José Ribeiro e Custódia Maria.